top of page
MY BUTTON

Eu sou um título. Clique duas vezes para editar.

Eu sou um parágrafo. Clique aqui para adicionar o seu próprio texto e editar-me. Sou um ótimo lugar para você contar sua história e para que seus visitantes saibam um pouco mais sobre você.

Monsenhor Ângelo Angioni deverá ser o

3º beato da Diocese de Rio Preto

 

A caminho da beatificação

Padre Cesarino coleta provas para processo de Monsenhor Ângelo

Monsenhor Angelo Angioni

O coração intacto do monsenhor Angelo Angioni e seus restos mortais foram expostos aos fiéis no domingo, 07/06/2015, em missa solene na paróquia São João Batista, em José Bonifácio. Para especialistas, o estado de preservação é um fenômeno raro, pois o coração se deteriora em dois meses depois da morte.

 

Angioni morreu há sete anos, em 15 de setembro de 2008. A exumação, feita na segunda-feira, é o início do processo de beatificação deste padre tido como santo, que viveu na cidade desde 1951, vindo da Itália.

 

Se os trâmites canônicos correrem bem, ele será o terceiro beato da Diocese de Rio Preto, que já tem o Beato Padre Mariano de la Mata, em Schmitt, e Madre Assunta Marchetti, em Mirassol. Um quarto beato é o padre Albino, de Catanduva, cujo dossiê já se encontra em Roma.

A cerimônia de domingo começa com a instalação de um Tribunal Eclesiástico pelo bispo diocesano dom Tomé Ferreira da Silva, com o objetivo de apurar a veracidade de milagres ocorridos por intercessão do monsenhor.

 

Para ele se tornar beato e elevado à honra dos altares, precisa ser provada a ocorrência de um milagre, ou seja, um fato sem explicação pela ciência. Exigência do Vaticano, que apura exaustivamente o fato, com peritos e religiosos.

 

A cidade de Bonifácio está em ebulição pela novidade. Após a exumação, foi feita a transferência dos restos mortais de um túmulo dentro da igreja para local não divulgado. Nessa mesma igreja, monsenhor Angelo celebrou missa durante 57 anos, e depois de dois AVC, acomodado em cadeira de rodas.

 

Ontem (07/06), os padres da cidade estavam mergulhados na 

Igreja São João Batista, no centro de José Bonifácio: sua ‘casa’ de 1951 a 2008 

organização da cerimônia. O pe. Cesarino Pietra, postulador pela Diocese, foi entrevistado durante a tarde inteira por quatro postuladores: o dr. Paolo Vilota (que atua no processo do Padre Albino, de Catanduva), o pe. Paulo Lombardi e os canonistas Ronaldo Frigini (juiz de Direito) e Ana Lúcia Frigini Ferreira (advogada).

 

O pároco pe. Mauro Ziati, vice-postulador da causa, participou de reunião em Rio Preto com o bispo dom Tomé Ferreira da Silva. “Dom Tomé está muito feliz com este evento, apesar de não ter conhecido o monsenhor,” afirmou. Pe. Sander Marcos Vieira preparou a documentação com uma equipe especializada em dossiês que são enviados a Roma.

Irmã Dirce Marzochi: saudade, admiração e dedicação a um provável santo.

Mas a devoção ao monsenhor se desenvolve entre os moradores independentemente de oficialização. Para a professora Maria de Lourdes Fagali Árabe, ele foi santo em vida. “Por sua sabedoria, carisma e devoção. Sabia aconselhar como um santo,” disse. Na igreja, onde até segunda-feira seu corpo repousava num túmulo de mármore ao pé do altar, outra professora aposentada, Olga Delaix Cruz Lima, tinha acabado de rezar um terço por ele. “Rezo todo dia, ele era meu confessor,” disse.

Irmã Dirce

Quem conviveu quase 30 anos com aquele italiano espirituoso e piedoso e cuidou dele até o dia da morte foi irmã Dirce Marzochi, freira no Instituto Missionário Coração Imaculado de Maria, congregação religiosa feminina fundada por Angioni. Foi secretária e coordenadora da casa paroquial.

 

“Mesmo depois dos AVCs, ele celebrava missa e atendia confissões. Sempre foi de ouvir e aconselhar. Num dos muitos dias em que ele ficava na praça da matriz nos últimos anos, doente, ele não parava de acenar para todos os que passavam a pé ou de carro. Alguém avisou-lhe que as pessoas não estavam notando. Ele disse: ‘não faz mal, não estou acenando, e sim, abençoando.’ Rezava todos os dias para a absolvição dos pecados dos moradores da cidade. Era comum no meio da noite, alguém vir chamá-lo para bênção em doentes. Ele ia. Admiro-o pela simplicidade, fidelidade à Igreja, desapego e devoção a Nossa Senhora,” afirmou irmã Dirce.

 

É raro coração intacto após 7 anos

Médicos legistas ouvidos, explicam que é um acontecimento raro um coração preservado como o de monsenhor Angelo, depois de sete anos. A média de decomposição é de dois meses. O processo de decomposição do corpo humano começa de dentro para fora. Com a falta de oxigenação, as bactérias do organismo começam a digerir o que encontram para se manter vivas.

 

Os primeiros órgãos decompostos são os intestinos e o estômago. Depois as bactérias se multiplicam rapidamente e todo o tecido do corpo é devorado pelos micro-organismos.

 

Em dois anos, a maioria dos corpos enterrados está totalmente decomposta, restando apenas ossos, dentes, unhas e cabelos. Esses tecidos demoram décadas para se decompor totalmente. O coração, pelo tamanho e espessura, demora em média dois meses para se decompor em condições normais.

 

Sobre o processo de mumificação do coração do Monsenhor Ângelo, os especialistas afirmaram que o fenômeno é raro, já que as outras partes do corpo se decompuseram. “A mumificação não é tão rara, mas quando acontece contempla várias partes do corpo e não um órgão apenas”, afirmou o médico legista Ricardo Sanches dos Santos, de Araraquara.

 

Ele explica ainda que o tempo médio depende muito da temperatura do ambiente onde foi enterrado, mas em países como o do Brasil, com clima tropical, a putrefação é bastante rápida. Outros fatores também podem influenciar, como a preparação do corpo quando da morte.

 

“Se o paciente tomava antibióticos continuamente, a decomposição pode demorar um pouco mais; se o corpo recebeu uma carga muito grande de formol para o velório, por exemplo, também atrasa a decomposição. Mas esse atraso é de no máximo um ou dois anos. Ficar sete anos intacto é muito raro”, explica.

Pe. Cesarino Pietra no antigo túmulo de Angelo Angioni , dentro da Igreja

Fonte: Diario da região São José Rio Preto

  • Facebook Clean
  • YouTube Limpa
  • White Instagram Icon
bottom of page